O boletim escolar representa o esforço, a dedicação e o aprendizado de cada aluno ao longo do ano. Diante disso, muitos pais se perguntam se devem ou não oferecer recompensas financeiras para incentivar um bom desempenho. Embora a ideia possa parecer atraente à primeira vista, é importante analisar os efeitos a curto e longo prazo dessa prática. Será que o dinheiro é a melhor forma de motivar as crianças a se dedicarem aos estudos?
“Incentivar o esforço e a melhoria contínua é mais eficaz do que focar apenas nas notas. Quando a criança entende o valor do aprendizado em si, ela se motiva por razões internas e duradouras”, destaca Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo (SP). Nesse sentido, muitos educadores e especialistas concordam que focar no esforço e na evolução do estudante, em vez de oferecer recompensas financeiras, pode trazer resultados mais positivos.
Ao oferecer dinheiro como incentivo, corre-se o risco de criar uma motivação extrínseca, onde a criança se esforça apenas para receber a recompensa, e não pelo desejo de aprender e melhorar. Essa prática pode levar a uma mentalidade que valoriza apenas o resultado final, e não o processo de aprendizagem, o que pode ser prejudicial a longo prazo. Por outro lado, reconhecer o esforço, independentemente das notas, ajuda a desenvolver a motivação intrínseca, essencial para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança.
Além disso, o incentivo financeiro pode gerar uma expectativa difícil de ser sustentada. Quando o dinheiro se torna a principal recompensa, a criança pode passar a exigir valores maiores ou se sentir desmotivada se a recompensa não corresponder às suas expectativas. Nesse caso, a relação com o aprendizado se torna puramente transacional, e o verdadeiro valor do conhecimento e do desenvolvimento pessoal acaba sendo ignorado.
Existem, no entanto, outras formas eficazes de motivar os filhos a se dedicarem aos estudos, sem recorrer a recompensas financeiras. Celebrar o progresso, elogiar o esforço e oferecer momentos especiais em família, como um passeio ou uma atividade divertida, são maneiras de reconhecer o desempenho sem criar uma relação de dependência com o dinheiro. Letícia Dorighello ressalta a importância de construir uma mentalidade positiva sobre o aprendizado: “É fundamental que as crianças sintam prazer em aprender e que vejam o conhecimento como uma ferramenta poderosa para o futuro, e não apenas como um meio para ganhar recompensas imediatas”.
Por fim, é importante que os pais estejam sempre presentes e envolvidos na vida escolar dos filhos, mostrando interesse genuíno pelo que eles estão aprendendo e oferecendo apoio quando necessário. O diálogo aberto sobre o boletim escolar, onde as conquistas são reconhecidas e as dificuldades são abordadas com paciência, contribui para um ambiente mais saudável e motivador.
Recompensar o esforço e o progresso, em vez de focar apenas nas notas, ajuda a criar uma base sólida para o desenvolvimento de habilidades importantes, como a resiliência e o pensamento crítico. Com uma abordagem equilibrada e atenciosa, é possível motivar as crianças a darem o seu melhor, ao mesmo tempo em que se cultivam o amor pelo aprendizado e a satisfação pelo conhecimento adquirido.
Para mais informações sobre boletim escolar, acesse https://educacao.uol.com.br/noticias/2009/03/04/economistas-e-psicologos-divergem-sobre-dar-ou-nao-recompensas-para-estudantes.htm ou
