Divertidamente 2: O Impacto das Emoções na Adolescência

O filme Divertidamente 2, estreado nos cinemas brasileiros há menos de 1 mês, virou sucesso absoluto e está sendo muito comentado por pensadores e cientistas da mente humana.

De forma leve e divertida, o primeiro filme (Divertidamente 1) nos mostra o cérebro da personagem Riley, uma criança de 11 anos, como sendo um quartel general controlado por cinco emoções principais: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho.

A continuidade do filme apresenta Riley aos 13 anos e os desafios de atravessar a adolescência, precisando se adaptar a quatro novas emoções: Inveja, Vergonha, Tédio e Ansiedade.

Emoções na Adolescência

O sucesso do filme está justamente em revelar o quanto as emoções estão por trás de cada comportamento que a criança/adolescente tem e por nos aproximar, de forma didática, sobre o funcionamento do cérebro, o sistema de crenças, sistema de armazenamento das memórias e a formação da identidade.

Então, didaticamente, é como se o cérebro tivesse um painel de controle sendo manuseado pelas emoções e isso não é preciso dentro da literatura científica, ou seja, não há preciosismo acadêmico no filme e nem nesse texto, porém há uma visão compreensível e popular para que seja possível o entendimento sobre a importância das emoções na vida do ser humano. 

E isso já é avassalador numa sociedade que durante muitos anos trouxe como fundamental e importante quesito para o sucesso o coeficiente intelectual. Sim, estamos na Era onde o coeficiente emocional esta se sobrepondo ao intelectual e, pesquisas em neurociências comprovam que por trás de toda decisão difícil e importante, quem decide são as emoções e não o nível de intelectualidade. 

Voltando ao filme, todas as experiências vividas tornam-se memórias, de curto ou longo prazo, sendo as de longo prazo – aquelas com mais representatividade, importância ou significado – são as emoções que decidem se essa memória ficará mais enraizada. Essas memórias formam certas raízes de forma a criar uma espécie de teias (de forma fictícia) e o conjunto dessa teia de memória constrói como se fosse um tronco de árvore, o que pode ser comparado ao que a psicologia chama deself ou a referência de  “quem eu sou”.

Até então, a Riley tinha memórias sobre si controladas ou administradas pelas emoções básicas e geridas pela “alegria” trazendo como memórias base de uma infância saudável, fazendo-se sentir estimada por si e por quem estivesse ao seu redor.

Sabemos que a fase da adolescência traz consigo inúmeros desafios. Começando com a puberdade trazendo um rio de hormônios e isso faz toda uma bagunça no aparato neurológico, até então sob controle para o corpo e para a mente da criança. 

Mudanças estruturais começam a surgir na identidade, nos gostos, na aceitação social, no corpo e nos interesses trazendo um desequilíbrio na atuação das emoções que já tinha… por isso, eis que chegam as novas emoções!

E quanto a ansiedade?

A ansiedade na adolescência é muito prevalente porque o sistema de recompensa e o sistema de detecção de medo e perigo entra em ação. A ansiedade faz com que o adolescente sofra por não compreender as novas realidades que se abrem e, não sabendo lidar, ficam agitados, criam inúmeros cenários referente ao futuro, se vai dar certo ou não, sentem-se confusos e, por vezes, incompreendidos.

A ansiedade é uma emoção muito forte que toma conta do sistema cerebral da Riley e, de certa forma ela é útil, porque ela queria que a Riley realmente vencesse os desafios que estavam à sua frente. A ansiedade pode ser positiva quando te prepara para algo novo; se não há ansiedade, por vezes, a pessoa não se prepara para um melhor enfrentamento, porém, se tomar muito tempo o controle, vem a preocupação, a projeção de inúmeros pensamentos infrutíferos e ruins, abrindo margem para grandes crises.

Assim, a ansiedade funciona dentro de um limiar, para além disso, fica disfuncional e isso começou a modular o senso de “eu” da Riley.

Vergonha, Tédio e Inveja

A passagem da emoção Tédio também é bem característico do adolescente. Comportamentos como revirar os olhos, dizer que não esta nem aí, estabelecer diálogos com respostas sucintas como “legal/normal” e que está cansado ou que tudo “é um saco”, é bastante comum de encontrarmos.

Bem como faz muito sentido a emoção Vergonha porque essa é a fase da vida em que o ser humano mais se preocupa com o que os pares estão pensando sobre si, o que pode gerar também a Inveja pelo o que o outro tem ou pelo que o outro é e “eu” não consigo…

Por fim, quando houve a junção das emoções e todas se deram as mãos, se acolheram, percebendo o bem que juntas poderiam fazer pela Riyle ao interagirem entre si, isso a ajudou a recriar o senso de identidade da “nossa garotinha que está crescendo”… a Riyle entendeu que ela era todas as emoções juntas, pois foi necessário compreender e aceitar o que se sentia para lidar de forma mais assertiva e inteligente a fim de tirar proveito de cada situação da vida. Há momentos em que a ansiedade deve assumir o controle, assim como a alegria, a tristeza.

“Agora é a sua vez” porque não é sobre emoções boas ou ruins, mas sobre compreendê-las e integra-las como Seres cíclicos que somos.

Eu já estou na torcida pelo Divertidamente 3, 4, 5, 6 ou mais, de modo a perpassar todas as fases da nossa vida, de forma leve, divertida, recheada de significados e emoções, e você?

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